sexta-feira, dezembro 10, 2010

Capitulo 2


A Dama de Ferro

Com os punhos cerrados o andróide estava pronto para atacar o meu corpo, e era óbvio quem sairia prejudicado. Eu estaria perdido se alguém não o impedisse, mas a sorte estava do meu lado, uma terceira pessoa acabava de entrar ao cenário, seu visual era esbelto. Um corpo atlético e uma fita vermelha que salientava ainda mais a beleza de seus cabelos loiros e lisos que lhe caiam na altura do ombro. Era perfeita, eu quase pensei por um instante que ela era uma humana, mas seus olhos não lhe negavam; era uma máquina, assim como aquele homem quais os olhos vermelhos eu já conseguia enxergar bem de perto, e não negava sua temperatura fria como o metal, era um andróide! Os dois!

— Por acaso essa areia está te deixando maluco? Nós não devemos aniquilá-lo, até que ele se prove “sujo”. Nós devemos protegê-lo a todo custo, não se esqueça disso! – Falou a humanóide, e então o outro andróide se distanciou de mim, tornando a se pronunciar brevemente.

— Desculpe. Mas não consigo entender o porquê de nossos criadores nos porem emoções humanas. Seria mais simples se nós simplesmente fossemos o que somos; um instrumento sem sentimentos... – Bradou a máquina e então se retirou do lugar, enquanto isto eu me ajoelhei com as mãos na cabeça.

  Oh não, este será o meu fim? Todos estes malditos anos que andei, não servirão para nada? E que tipo de jogo essas máquinas estão tramando? “Me proteger?” Não poderia ser... – Continuei pensando, até que a máquina aproximou-se de mim, encostando-se na parede e com sua voz calma explicou-me parte da situação.

— Não há porque você sentir medo de nós. Se fôssemos te fazer algum mal, já teríamos feito enquanto você dormia. Por favor, alimente-se e vista essas roupas.
Enquanto eu comia a moça ficava a me olhar de um modo assustador. Era como se fosse um boneco morto... Continuava me encarando... E tudo que eu mais queria era arranjar um jeito de sair dali, precisava apenas vestir aquelas roupas – já que as minhas estavam sujas – e tomar um banho logo após disso eu fugiria deles!

— Onde estão as minhas coisas... ? – Perguntei bem devagar, com receio do que poderia acontecer.

— Que coisas? Você se refere àquela Glock velha que você tinha e a todas aquelas outras tralhas que você carregava? – Bradou a moça.

— Não fale assim delas... Elas foram muito úteis a mim em situações difíceis... Além disso, com elas eu sou capaz de deter qualquer máquina, inclusive re--... – Pausei, ou iria falar demais. – Bem, elas são úteis.

— Qualquer máquina? Aposto que você não consegue deter o meu modelo. Haha! Você parece que viveu por apuros... Deve estar cheio histórias para contar, e também me parece estar com dúvidas, então tentarei saná-las... Meu nome é Mello. Sou um andróide de modelo NK-PX03. O outro rapaz que você viu era o Rafael, ele é um K-PY70. Entende o que estou te falando? Nós viemos de uma terra onde apenas humanos residem, mas claro, para a criação de um lugar assim foi necessário muito tempo e esperança. Os nossos desenvolvedores nos programaram para nos infiltrar secretamente nas regiões onde robôs da Corporação Lothus, em outras palavras: somos “Exploradores Mecânicos”, e por isso não corremos risco algum de sermos pegos, exceto o fato de que nosso sinal seja descoberto. Bom, mas digamos que a “Sociedade das Máquinas” está muito frágil, e o responsável por tudo isto não está percebendo. Mesmo que as máquinas pareçam governar o mundo,  a real situação não é assim. Lothus, o dono da Corporação Lothus está investindo em um plano falho, cada vez nossas explorações estão se tornando mais fáceis, uma vez que as máquinas estão sendo levadas à andar por toda a crosta terrestre atrás de Chronus. Haha. Este tolo do Lothus nunca irá encontrar Chronus, a cidade esquecida. – Eu não podia acreditar no que acabava de ouvir. Chronus?! Isto realmente existia!? Eu já não sabia mais no que acreditar. Se Chronus realmente existisse, então haveria uma salvação no fim de tudo!

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